"A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria."(Paulo Freire)


segunda-feira, 28 de março de 2016

Um dia na vida de Brasilino

"Não sei se você conhece o Brasilino!? Mas isso não importa... Brasilino — é um homem qualquer, que mora num apartamento qualquer, numa cidade qualquer... Situemo-lo em Santos, por exemplo. Brasilino, como todo o bom burguês, começa o dia acordando; sim, porque o operário, este, levanta-se ainda dormindo a fim de chegar a tempo ao serviço. Brasilino acorda e aperta o botão da campainha à cabeceira da cama, campainha essa que soa na copa; porém soa, consumindo energia — energia que é da Light, e, assim, o Brasilino inicia o seu dia pagando dividendos ao Capital Estrangeiro. Mas Brasilino não pensa nisso e começa o seu dia, feliz! Abre-se a porta. É Marta, a criada, que entra com o café da manhã: café, leite, pão, manteiga, um pouco de geléia e o jornal — “O Estado de São Paulo”. — Brasilino, como todo o bom burguês, lê somente a boa imprensa — a chamada sadia. Enquanto lê as notícias, toma a sua primeira refeição. Brasilino não sabe que o leite, que bebe, é originário de uma vaca que foi alimentada com farelo Refinazil, da “Refinações de Milho do Brazil” (Brasil com Z), que é americana, e que a farinha com a qual foi feito o pão é originária do “Moinho Santista”, que não é santista e sim inglês. Assim, para tomar o seu café da manhã, Brasilino tem que pagar dividendos ao Capital Estrangeiro. Mas, Brasilino nem sabe disso... e toma o seu café, bem feliz! Terminado o café, Brasilino acende o seu primeiro cigarro: Minister, ou Hollywood, um desses da “Cia. Souza Cruz”, que não é do Sr. Souza e muito menos do Sr. Cruz, mas, sim, da “British, American Tobacco Co.”, o trust anglo-americano do fumo. E assim, para fumar seu cigarrinho, Brasilino paga dividendos ao Capital Estrangeiro. Mas Brasilino nem pensa nisso e saboreia seu cigarrinho, feliz... feliz... Em seguida, Brasilino vai ao quarto de banho, fazer a sua toilette: acende o aquecedor de gás — gás que é da City e, portanto, do grupo Light, e, enquanto a água aquece, toma da escova de dentes, marca “Tek”, da “Johnson & Johnson do Brasil” (que é americana), e da pasta dentifrícia “Kolynos”, com clorofila, da “Whitehall Laboratories of New York” e, assim, para escovar os dentes, Brasilino paga dividendos ao Capital Estrangeiro... MAS BRASILINO NEM PENSA NISSO... Brasilino não sabe bem o que é clorofila e está certo de que, quando entrou na farmácia e escolheu essa pasta, o fez livremente; ignora que sua vontade foi condicionada pelas custosas campanhas de promoção de vendas, feitas através da imprensa, do rádio e da televisão e que, da mesma forma como ele escolhe sua pasta de dentes, escolhe, também, o seu candidato à Presidência da República. Em seguida, Brasilino vai fazer a barba: toma do pincel, feito com fios de Nylon, da “Rhodia” — que é francesa — enche-o com creme de barbear “Williams”, que é americano. Ensaboado o rosto, Brasilino toma seu aparelho “Gillette”, munido com lâminas “Gillette”, ambos da “Gillette Safety Razor do Brazil”, e, feliz, vai raspando a face, pois nem pensa que, para fazer sua barba, tem que pagar dividendos ao Capital Estrangeiro... Terminada a barba, Brasilino entra no banheiro, envolvendo o corpo com a espuma acariciadora de um desses sabonetes, “Lever” ou “Palmolive”, um desses cuja espuma acaricia o corpo de 9, entre 10 estrelas de Hollywood. E assim, até para tomar seu banho, Brasilino tem que pagar dividendos ao Capital Estrangeiro. Após o banho, Brasilino enxuga-se com uma toalha felpuda da “Fiação da Lapa”, que também não é da Lapa porque é Suíça e, a seguir, passa pelo corpo talco “Johnson”, da “Johnson & Johnson do Brasil”. E... começa a vestir-se. Acontece, então, uma tragédia! Cai um botão da camisa do Brasilino. Ele toca novamente a campainha, e Marta corre a socorrer o nosso herói, munindo-se de agulha e linha. Dentro de poucos instantes, ao ver Marta cortar a linha com os dentes, depois de preso o botão, Brasilino sente-se novamente feliz. Feliz porque ele não sabe que Marta, a criada, para pregar o botão, usou a linha marca “Corrente” da “Cia. Brasileira de Linhas para Coser”, que é inglesa e que, até para pregar um botão, Brasilino tem de pagar dividendos ao Capital Estrangeiro. Já vestido, Brasilino despede-se de Marta, avisando que não virá almoçar nem jantar, pois irá a São Paulo, a negócios... — Sai, bate a porta, toma o elevador, que é “Schindler”, da “Schindler do Brasil”, que é suíça, e movido por força fornecida pela Light, chega ao pavimento térreo. Dá bom dia ao zelador e toma o seu automóvel “Volkswagen”, fabricado pela “Volkswagen do Brasil”, que é alemã, rodando sobre pneus “Firestone”, da “Firestone do Brasil”, que é americana, acionado por gasolina refinada pela “Petrobrás”, mas distribuída pela “Esso Standard do Brasil”, que é americana. Até para usar a gasolina, refinada pela Petrobrás, Brasilino paga dividendos ao Capital Estrangeiro! Ele não sabe que os brasileiros têm capacidade para refinar o petróleo e produzir a gasolina, mas não a têm para a “difícil” tarefa de distribuí-la e que, para esse serviço — a simples distribuição — as companhias distribuidoras (Esso-Shell-Gulf-Texaco etc.) ganham muito mais que a Petrobrás. Mas Brasilino ignora tudo isso... e Brasilino é feliz! Pouco depois, Brasilino encontra-se na Via Anchieta, dirigindo-se a São Paulo. Ao passar por Cubatão e ao ver a Refinaria Presidente Bernardes, põe-se a pensar: “Porcaria essa Petrobrás! Agora que a gasolina é nacional, custa cinco vezes mais.” — Sim, porque Brasilino não reflete que a gasolina custa, agora, muito mais, por um motivo muito simples: ao tempo em que a gasolina era importada, o dólar custava Cr$ 18,72 e, atualmente, para a importação de óleo bruto, custa Cr$ 200,00. — Não sabe, também, que o dólar está caro porque é escasso, e é escasso devido à procura, e a procura é muito grande, porque os dólares obtidos com a exportação brasileira mal dão para fazer face às remessas de royalties e dividendos do Capital Estrangeiro. A irritação do nosso herói, contudo, logo desaparece, pois a algumas centenas de metros à frente, Brasilino vê surgirem os dutos da Light e uma grande tabuleta com os seguintes dizeres: Light and Power, a maior usina hidrelétrica da América do Sul — 1.200.000 KW — Aí, Brasilino exulta e monologa com entusiasmo — “Isto sim! A Light! A Light! A Light que fez a grandeza de São Paulo.” Sim, porque Brasilino confunde Light com Energia. Ele não sabe que o que fez a grandeza de São Paulo não foi a Cia. Light e sim a Energia e que, se a Energia não pertencesse à Light, São Paulo seria dez vezes maior, ou o Brasil dez vezes menos miserável. O interessante é que Brasilino nunca perguntou, a si mesmo, o que seria da Inglaterra se não existissem as Lights pelo mundo. Brasilino prossegue a viagem e, logo mais, atinge o altiplano, onde vê descortinar-se o panorama grandioso do progresso industrial, que ele julga ser do Brasil: “Volkswagen do Brasil”; “Mercedes Benz do Brasil”; “Willys Overland do Brasil”; “General Motors do Brasil”; “Rolls Royce do Brasil”; “Cia. Brasileira de Peças de Automóveis”; “Simca do Brasil”; “Plásticos do Brasil” e inúmeras outras “do Brasil” e “brasileiras”, mas todas elas estrangeiras. Brasilino, afinal, chega a São Paulo. Estaciona o seu carro em uma das ruas do centro e, a pé, alcança a Rua Líbero Badaró, para concluir um negócio. Brasilino recorda-se de que Líbero Badaró foi um homem que, ao ser assassinado, exclamou: “Morre um liberal, mas não morre a Liberdade!” E Brasilino conclui: “Que sujeito burro! Que interessa a Liberdade para um homem que já morreu!?” Enquanto assim pensa, Brasilino chega aos escritórios da “Crescinco, Cia. de Investimentos”, pertencente ao Sr. Rockefeller. Brasilino sente-se orgulhoso de emprestar o seu dinheiro a um dos homens mais ricos do mundo, mas que, para financiar as suas indústrias, prefere usar o dinheiro dos próprios brasileiros, atraindo-os com a vantagem de juros de 2% ao mês e livre de imposto de renda. Brasilino não sabe que, entre o dia em que ele entregou o dinheiro e o dia em que esse mesmo dinheiro lhe foi devolvido, a desvalorização da moeda foi de 4% ao mês e, assim, ele está menos rico, pois esse juro e mais os lucros da Cia. Investidora terão, forçosamente, de ser acrescentados ao custo das utilidades, saindo, consequentemente, da própria pele do Brasilino. Mas Brasilino não sabe disso e recebe o seu dinheiro e os juros, feliz! Liquidado o negócio, Brasilino vai almoçar. — Entra num restaurante onde lhe é servido, como antepasto: frios da “Armour do Brasil”, que é americana, Margarina “ClayBon”, de “Anderson Clayton” que é americana, toma uma “Coca-Cola” e saboreia um prato de massa, preparado com farinha do “Moinho Paulista”, que é inglês, e, depois, come um filé com fritas, cuja carne foi fornecida pelo “Frigorífico Wilson” e as batatas foram fritas com óleo “Mazola”, da “Refinações de Milho Brazil” (Brazil com Z). Como sobremesa, comeu um pudim feito com “Maizena Duryea” também da “Refinações de Milho Brazil” e, assim, até para comer, Brasilino tem que pagar dividendos ao Capital Estrangeiro. Após o almoço, Brasilino passeia pela cidade, a fim de fazer hora para o cinema, gastando a sola do sapato com saltos de borracha “Good Year”, pagando, até para andar, dividendos ao Capital Estrangeiro. Brasilino entra no Cine Metro, onde passa a tarde, deliciando-se com um filme, que é americano e, para passar algumas horas distraídas, Brasilino paga dividendos ao Capital Estrangeiro. Ao sair do Cinema, Brasilino sente uma leve indisposição; entra numa farmácia e toma um “Alka-Seltzer”. E, assim, até para prevenir uma indigestão, Brasilino precisa pagar dividendos ao Capital Estrangeiro. Toma novamente o seu carro e volta para Santos. Chegando à casa, faz novamente a sua toilette, liga o rádio de cabeceira, marca “G.E.” da “General Electric do Brasil”, e deita-se sobre um colchão de espuma de borracha “Foamex” da “Firestone do Brasil” e repousa a cabeça, sobre um travesseiro do mesmo material, dormindo, feliz, o sono da inocência. Não sei porque, mas a história do Brasilino traz sempre, à mente, aquelas magníficas palavras do Sermão da Montanha: “Bem-aventurados os pobres de espírito porque será deles o reino dos céus.” Mas uma coisa jamais será do Brasilino: o reino em sua própria terra. Por isso, leitor, se alguém lhe disser que não existe imperialismo econômico, no Brasil, é porque está enganado, ou porque está enganando você."

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Estudo do Clima

Tempo e clima

No estudo climatológico são estudados os elementos e os fatores climáticos.Entende-se por elemento climático tudo o que entra na composição do clima e por fatores, tudo aquilo que contribui para dar um resultado na atmosfera .

Os principais elementos climáticos:

1- Temperatura- medida por escalas .

2- Radiação solar – é a energia emitida pelo sol que é utilizada no sistema terra – atmosfera . Depende de três fatores: período do ano do dia e latitude.

3- Umidade atmosférica – é a quantidade de vapor d'água contido na atmosfera. Varia de lugar para lugar no transcorrer do tempo.

4 - Pressão atmosférica: é o peso da atmosfera sobre a litosfera, está ligada à densidade do ar, à aceleração da gravidade e à temperatura.

Maior altitude = menor temperatura e menor pressão atmosférica

Menor altitude = maior temperatura e maior pressão atmosférica

• Zonas de baixa e alta pressão atmosférica (está ligada a temperatura)

Menor temperatura = maior pressão = zonas anticiclonais – altas latitudes

Maior temperatura = menor pressão = zonas ciclonais – baixas latitude.

5 – Massas de ar – se deslocam de forma constante na superfície terrestre. Originam-se tanto no trópico como no pólo. Essas regiões estão localizadas nos anticiclonais.

Vento – é o ar em movimento e se desloca das zonas de alta pressão para as zonas de baixa pressão.

Fatores Climáticos :

1-Latitude.

2-Altitude

3 - Continentalidade e maritimidade – natureza da superfície (temperatura e umidade)

• Correntes Marinhas – Frias se originam nos pólos e deslocam para o equador e as quentes do equador para os pólos.

4 - Vegetação

5 - Ação antrópica.










Fuso Horário



A metodologia utilizada para essa divisão partiu do princípio de que são gastos, aproximadamente, 24 horas (23 horas, 56 minutos e 4 segundos) para que a Terra realize o movimento de rotação, ou seja, que gire em torno de seu próprio eixo, realizando um movimento de 360°. Portanto, em uma hora a Terra se desloca 15°, esse dado é obtido através da divisão da circunferência terrestre (360°) pelo tempo gasto para que seja realizado o movimento de rotação (24 h).

O fuso referencial para a determinação das horas é o Greenwich, cujo centro é 0°. Esse meridiano, também denominado inicial, atravessa a Grã-Bretanha, além de cortar o extremo oeste da Europa e da África. A hora determinada pelo fuso de Greenwich recebe o nome de GMT. A partir disso, são estabelecidos os outros limites de fusos horários.


A Terra realiza seu movimento de rotação girando de oeste para leste em torno do seu próprio eixo, por esse motivo os fusos a leste de Greenwich (marco inicial) têm as horas adiantadas (+); já os fusos situados a oeste do meridiano inicial têm as horas atrasadas (-).


Alguns países de grande extensão territorial no sentido leste-oeste apresentam mais de um fuso horário. A Rússia, por exemplo, possui 11 fusos horários distintos, consequência de sua grande área. O Brasil também apresenta mais de um fuso horário, pois o país apresenta extensão territorial 4.319,4 quilômetros no sentido leste-oeste, fato que proporciona a existência de quatro fusos horários distintos, no entanto, graças ao Decreto n° 11.662, publicado no Diário Oficial de 25 de abril de 2008, o país passou a adotar somente três.


A compreensão dos fusos horários é de extrema importância, principalmente para as pessoas que realizam viagens, contato com pessoas, relações comerciais com locais de fusos distintos dos seus, proporcionado, portanto, o conhecimento de horários em diferentes partes do globo.





sexta-feira, 12 de março de 2010

Trabalho dos alunos do 3º ano do ensino médio solicitado pelo professor de geografia Francisco Carlos



Constata-se que as agressões no rio do Antônio ocorrem tanto nas zonas periféricas como no centro da cidade, como pode se observar nas figuras a seguir.

Nos bairros Dr. Juracy e São Jorge, que estão localizados na periferia da cidade, apesar de algumas melhorias que foram feitas na área, como o alongamento das galerias, que retirou o esgoto das portas das residências, a população local sofre com o mau cheiro e com a ação de mosquitos, ratos e baratas (FIGURA 01).

FIGURA 01



Fonte: LEITE, 2010.

Outro local que também chama atenção é a Avenida Virgílio Ataíde, que fica localizada próximo ao centro da cidade e da feira livre, onde circulam centenas de pessoas diariamente, a caminho do mercado municipal, que são afetadas pela poluição visual e também pelo mau cheiro que exala do esgoto a céu aberto (FIGURA 02)

FIGURA 02


Fonte: LEITE, 2010

Na Avenida Exupério Pinheiro Canguçu, que está localizada próximo ao centro comercial, onde estão instalados, bares, restaurantes pousadas, posto de gasolina, órgãos públicos e até o estádio de futebol da cidade, encontra-se, também uma galeria fétida a céu aberto, espalhando contaminação, no bairro São Félix o mais populoso da cidade e em toda a área circunvizinha(FIGURA03).

FIGURA 03


Fonte: LEITE, 2010.

GRAFICO 1


Fonte: LEITE, 2010

Outro fator preocupante é a questão da saúde, da população ribeirinha e das pessoas que moram nas imediações desses locais contaminados, pois conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (2007), as doenças atingem todas as faixas etárias. (GRAFICO 1).

Constata-se que as crianças e os idosos são os mais prejudicados, principalmente as crianças de 0 a 5 anos de idade que costumam circular e até brincar praticamente dentro dos esgotos a céu aberto (FIGURAS 04).


FIGURA 04


Fonte: LEITE, 2010.

Observa - se que o rio do Antonio encontra-se em um estado deplorável, o que alem de deixar a cidade mais feia, vem contribuindo para a proliferação de doenças, que atinge principalmente a população ribeirinha, mas é importante destacar que as pessoas que residem e trafegam no centro cidade e até em áreas de topografia mais elevada já estão sendo alcançadas pelo mau cheiro exalado do rio e são picadas por mosquitos.